Encontros discutem combate ao racismo e políticas para populações tradicionais.
redação

Ações para povos e comunidades tradicionais, com foco na valorização e garantia dos territórios dos diversos segmentos representados na Bahia, foram debatidas, nesta quarta-feira (24), pela titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, e ativistas do movimento negro. Os encontros aconteceram na sede da pasta em Salvador.

Para Moacir Pinho, do Polo de Unidade Camponesa, a continuidade do processo de mapeamento dos terreiros é “fundamental para o reconhecimento e afirmação do nosso povo, e saber onde estamos e quantos somos”. Ele também defendeu maior disseminação de informações para acesso às políticas públicas nos municípios do interior.

Com o presidente da Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu), Raimundo Nonato (Taata Lubitu Konmannanjy), e demais integrantes da organização, a secretária abordou questões de regularização fundiária e projetos para o desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais.

“Além de afirmar o que já conquistamos, lutando pela manutenção dos direitos da população negra, precisamos dar um passo à frente, ampliando e aperfeiçoando as políticas públicas em diálogo com a sociedade civil e articulação com os demais órgãos estaduais na Década Estadual Afrodescendente, inclusive”, disse Fabya Reis.

A titular da Sepromi também recebeu os representantes da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Jerônimo da Silva Júnior, Sirlene Assis e Alexandre Reis, discutindo estratégias para políticas de combate ao racismo, o enfretamento à violência contra juventude negra e a ampliação do processo de autonomia do segmento.

“O diálogo com as organizações que já têm trajetória histórica de luta pela garantia dos direitos do povo negro é um bom início. No entanto, acreditamos na transversalidade para que, de fato, as políticas públicas cheguem à população, alcançando quem mais precisa”, disse Sirlene Assis.

Rodas de diálogos

O objetivo dos encontros é intensificar a relação com a sociedade civil e desenvolver estratégias conjuntas para a melhoria e ampliação das políticas públicas direcionadas ao povo negro. A secretária já se reuniu com João Jorge Rodrigues (Olodum); Gilberto Leal (Coordenação Nacional de Entidades Negras/Conen); e Alberto Pitta (Cortejo Afro).

Também conversou com a socióloga Vanda Sá Barreto, o presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos (Vovô), o coordenador do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Marcos Rezende,e outras representações da entidade, além do ativista Raimundo Coutinho, e continuará recebendo contribuições nos próximos dias.

Além do fortalecimento da relação institucional com os movimentos sociais, estão entre as prioridades da pasta a interiorização das políticas públicas voltadas aos povos e comunidades tradicionais, e o enfrentamento ao racismo institucional. O conjunto dos diálogos subsidiará a Sepromi no trabalho de articulação intersetorial para a execução das ações de igualdade racial no conjunto dos órgãos estaduais.

 
 
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