Sul da Bahia se consolida como região dos chocolates finos.
redação
A verticalização da cadeia produtiva do cacau, com a valorização das amêndoas de qualidade, está provocando o surgimento de marcas regionais de chocolates finos, que variam de 50% a 100% de cacau na composição. Este é um mercado que cresce 10% ao ano no Brasil, enquanto o mercado tradicional cresce apenas 2%. Atualmente são cerca de 40 marcas de chocolate do Sul da Bahia, que já estão conquistando mercado no Brasil e no exterior.
 
A agricultura familiar também está presente na produção de chocolates. A Bahia Cacau, implantada pelo Governo do Estado em Ibicaraí, é a primeira fábrica de chocolate da agricultura familiar no Brasil. Gerenciada pela Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado (Coofesba), que reúne 60 produtores rurais, a Bahia Cacau tem uma produção de 600 quilos de chocolate por mês e está ampliando as instalações, com capacidade para atender outras marcas regionais que produzem as próprias amêndoas. “Estamos passando por um processo de consolidação e expansão, capacitando os cooperados e buscando novos mercados”, afirma o diretor da Coofesba, Osaná Crisóstomo do Nascimento; 
 
A Cooperativa de Agricultores Familiares do Sul da Bahia (Coopesulba), com 420 associados, produz chocolates finos e achocolatados e está criando uma linha exclusiva para os supermercados. "Com assistência técnica e capacitação, vamos melhorar cada vez mais a qualidade e criar novos canais de comercialização", diz o diretor da Coopesulba, Gildeon Farias.
 
Já o presidente da  Associação dos Produtores de Chocolate do Sul da Bahia, Gerson Marques, destaca que “o modelo antigo, de mero fornecedor de matéria-prima, está superado. Hoje o caminho é a verticalização, valorizando principalmente a produção de chocolates fino, de cacau orgânico, que tem alto valor agregado”.
 
Chocolat Bahia
 
A valorização do cacau como um produto vital para a economia regional e a produção de chocolate ganharam visibilidade e impulso com a criação do Festival Internacional do Cacau e do Chocolate, o Chocolat Bahia, que tem o apoio do Governo do Estado e chega à 10ª edição. Em 2017, o evento reuniu 80 expositores e 40 marcas de chocolate, com cerca de 60 mil visitantes e R$ 10 milhões  em negócios, números que devem ser superados neste ano.
 
O festival tem desdobramentos durante todo o ano, nos negócios, no surgimento e crescimento de marcas, no estímulo ao empreendedorismo e na divulgação da região cacaueira no Brasil e no exterior. “Essa é uma plataforma de fomento, de geração de emprego e renda, de estímulo à produção, de esperança na retomada do desenvolvimento em bases sustentáveis”, ressalta Marco Lessa, que aposta na consolidação de Ilhéus como a capital brasileira dos chocolates finos ou de chocolate com certificado de origem do Sul da Bahia.
 
 
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